A luta contra o ajuste fiscal seguirá a todo vapor este ano. O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o ministro do Planejamento, Valdir Simão, anunciaram ontem mais cortes no orçamento do governo, no valor de R$23,4 bilhões. O corte de 2015, só na educação, alcançou os R$11 bilhões atingindo em cheio as universidades públicas, reduzindo verbas para assistência estudantil, bolsas, restaurantes e residências. Além disso, o FIES e PRONATEC também sofreram grandes cortes, reduzindo as vagas.
A taxa de desemprego alcança os 9%, segundo o IBGE, sendo que entre jovens, pode alcançar até 15,5%. Esse resultado confirma o quanto o ajuste fiscal está na contramão dos interesses da juventude.
A presidente Dilma reuniu o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (composto por empresários, banqueiros e representantes dos trabalhadores e juventude) e trouxe como carro chefe da discussão a reforma da previdência. Essa reforma ainda não teve a proposta completa divulgada, mas uma das medidas anunciadas será o estabelecimento de idade mínima para se aposentar, o que significa que nós jovens teremos que trabalhar por muito mais tempo.
Na reunião, Carina Vitral, presidente da UNE e membro do Conselho, alertou sobre o desemprego entre a juventude e apontou a necessidade de defender a educação para a formação desses jovens. É justo defender a educação e cobrar mais investimento, porém, precisamos ir mais além, a UNE deve colocar no centro a luta pelo fim do ajuste fiscal, pela centralização do câmbio, fim do superávit primário, derrubada dos juros e barrar a proposta de limite de gasto público e dizer que não vai aceitar menos verbas porque é esse ajuste fiscal que atinge a educação pública, o Fies e aumenta o desemprego.
A saída para crise não estará no Conselhão com Benjamin Steinbruch que demite jovens na CSN, Luiz Carlos Trabuco Cappi representante do Brasdesco que lucra bilhões ou João Carlos di Genio do Grupo Objetivo que quer bilhões pro ensino privado.
Em 2015, fomos às ruas dizer que impeachment é golpe e cobrar mudanças na política econômica. Nesse momento em que se prepara a reunião da diretoria plena da UNE, é hora de colocarmos no centro a retomada da luta estudantil pela jornada de lutas que essa reunião deve definir a data no mês de março para dizer: NENHUM CORTE NA EDUCAÇÃO, ABAIXO O AJUSTE!
Sarah Lindalva, Diretora de movimentos sociais da UNE.