Plenária dos movimentos sociais reúne milhares em São Paulo

Milhares de militantes dos movimentos popular, estudantil e sindical se reuniram ontem na quadra dos bancários em São Paulo, na plenária em defesa dos direitos, da democracia, da petrobrás e de uma reforma política.

O evento contou com a participação de diversas organizações como a CUT, o MST, a UNE, UBES, ANPG, a CMP, MAB, PT, PcdoB, PCO, a campanha do plebiscito popular pela constituinte, o Levante Popular da Juventude e a Juventude Revolução, que também convocou a atividade e compôs a mesa. Houve ainda participação de artistas como Leci Brandão e o rapper GOG, e a presença do ex-presidente Lula.

No plenário estendemos duas faixas. Uma relembrando a data do golpe e que pedia a punição dos crimes da Ditadura e outra dizendo “não aos cortes da educação e ao plano levy unir a juventude em defesa dos direitos, da petrobras e da constituinte.

A plenária tinha como objetivo organizar a militância para os atos do dia 7 de abril, quando a CUT fará ato em Brasília e em diversas cidades contra a aprovação do PL 4330 que amplia a terceirização, além de retomar a pauta do dia 13 de março e também preparar para os atos do dia 1° de maio.

Vários representantes das organizações tomaram a palavra. Para o representante do MST “não haverá tentativa de golpe neste País sem resistência de massas nas ruas. Não iremos para debaixo da cama, pois este é o nosso Brasil”, afirmou Gilmar Mauro. E emendou “Nós sabemos que precisamos de ajuste, mas não sobre os direitos adquiridos dos trabalhadores. Precisamos de ajustes sobre o capital. Dizem por aí que o mercado costuma acordar nervoso. Pois eu quero que o mercado acorde nervoso pelos próximos 500 anos, porque enquanto isso os trabalhadores teriam casa e emprego”.

Já Vágner freitas, presidente da CUT declarou “Defender a democracia é também defender nossos direitos”, logo após ter criticado as medidas de ajuste fiscal que restringem direitos dos trabalhadores, como as MPs 664 e 665, que alteram regras de seguro-desemprego e pensões, entre outros. “Não podemos acreditar que o ajuste fiscal do Levy (Joaquim Levy, ministro da Fazenda) vai resolver os problemas do Brasil. Se não fizermos uma inversão nessa política econômica, conquistas recentes como emprego e salário vão sumir e o peão vai ficar bravo com a gente”, argumentou o presidente da CUT.

O presidente Lula, entretanto, destoou. Em sua fala defendeu a democracia e a Petrobrás, mas insistiu que o ajuste “é necessário”, contrariando o sentimento dos milhares presentes e de milhões de trabalhadores e estudantes que estão sofrendo as consequências desse ajuste diretamente.

Lula insiste que é preciso defender o governo fazendo o contrário daquilo para o qual ele foi eleito para fazer depois das polarizadas eleições do 2° turno.

Para nós, da Juventude Revolução, não há dúvidas. Contra os que pedem impeachment, estamos em defesa do mandato popular, mas a defesa do mandato popular é a defesa dos direitos dos trabalhadores e da juventude, por isso vamos lutar com todas as nossas forças para por abaixo o plano Levy, exigindo de Dilma a reversão dos cortes na educação, por exemplo, que tem deixado universidades públicas e estudantes do FIES em situação muito difícil.

Vamos disputar nas ruas no dia 7 de abril e no dia 1° de maio!