Ao contrário do que a comunicação oficial do governo municipal alardeou na imprensa, de que o aumento da passagem de R$ 2,10 para R$ 2,75 teria sido fruto de uma decisão judicial, o aumento se deu por conta de um acordo extrajudicial entre a Prefeitura Municipal de Macapá (PMM), que tem a frente o prefeito Clécio Luís (PSOL) e o Sindicato das Empresas de Transportes e Passageiros do Estado do Amapá (Setap).
O reajuste da tarifa de ônibus passou a valer no último sábado, 5, na capital amapaense. O acordo mostra claramente que a juíza decidiu apenas o que as partes (Clécio e os empresários) já teriam acertado, ou seja, a traição do prefeito do PSOL, que sucumbiu diante dos empresários de ônibus para aumentar a tarifa em 0,65 centavos e massacrar a classe trabalhadora e os estudantes.
Aumento da tarifa Macapá/Santana
Mas o golpe na população pode ser pior do se imaginava e só pode ser evitado se a juventude e os trabalhadores tomarem as ruas, mobilizando toda a sociedade para derrubar mais esse ataque dos empresários no bolso do cidadão.
Os empresários já se organizam para aumentar a tarifa intermunicipal de ônibus na linha Macapá/Santana que hoje é de R$ 2,35 para o valor de R$ 2,95. A informação do aumento intermunicipal é dada nos ônibus pelos cobradores que alertam sobre o possível aumento, por ordem do presidente do Setap, Décio Melo.
Décio Melo, o magnata do transporte, além de presidente do Setap, também é dono da empresa Sião Thur e ficou mais rico após conseguir uma concessão sem licitação para explorar a linha Macapá/Santana, uma das piores frotas, totalmente sucateada com ônibus quebrando quase que diariamente nas rodovias estaduais.
O lobby dos empresários é forte na Assembleia Legislativa e na Câmara de Macapá, já que os empresários financiaram campanhas de vereadores e deputados estaduais com o objetivo claro de defenderem seus lucros.
Chega de mentiras!
A prefeitura e o Setap informaram que a nova tarifa foi justificada pelo aumento no preço de combustíveis, de peças e do quadro de pessoal das empresas de ônibus. No entanto, a decisão da juíza Keila Christine mostra que a magistrada apenas assinou um acordo extrajudicial entre a PMM e os empresários.
A prefeitura alega que o acordo irá melhorar os serviços na capital. Contudo, não é o que a juventude observa diante de uma frota cada vez mais sucateada, da superlotação nos ônibus em horários de pico, além da longa espera em linhas que circulam em bairros periféricos.
A classe trabalhadora e os estudantes já fazem as contas para o dinheiro do mês e no meio de uma crise, o prefeito Clécio Luís presenteia o povo com mais um aumento.
Heverson Castro, acadêmico de jornalismo e militante da JR no Amapá.