No dia 13/02, esteve reunida em São Paulo à diretoria plena da União Nacional dos Estudantes. A reunião acontece para dar ponta pé inicial às mobilizações de 2020. Ano que já começa com resistência aos ataques do governo Bolsonaro, como é a greve dos petroleiros – a maior desde 1995, além da greve dos servidores do Dataprev e da ocupação da Casa da Moeda.
Na resolução aprovada, a UNE afirma que é preciso retomar às grandes mobilizações estudantis de 2019 agora com o mote “eu defendo a educação” e aprovou o tradicional março de atos estudantis, dessa vez se somando ao 18 de março da Greve Nacional da Educação chamada por CNTE e demais entidades.
Porém, a UNE vai às ruas no dia 18 por #ForaWeintraub, como se o problema fosse só o ministro e não o governo todo.
Afinal, Fora Weintraub resolve o quê?
Num momento em que existe resistência contra o desmonte do serviço público, as privatizações e os ataques a educação, o governo age com autoritarismo, com medidas extremamente antidemocráticas para dar vasão a investida contra todos os direitos.
Basta ver os ataques a autonomia universitária, caçando reitores e servidores que apoiam as mobilizações. É neste momento, que os instrumentos de luta dos estudantes não devem fugir de combater até o fim.
Como apontam as resoluções do 57° Congresso da União Nacional dos Estudantes, realizado em 2019, nosso horizonte é por um fim nesse governo organizando a luta nas ruas contra todos os seus ataques. Não lutar de verdade contra o governo é fazer uma oposição envergonhada.
Weintraub é só mais um na troca-troca de ministros da educação dos últimos anos. E para a luta dos estudantes nada mudou. Trocam os atores mas não mudam os capítulos da novela do governo, a história é a mesma, cortes e mais cortes no orçamento, nas bolsas, na assistência estudantil…
Trocar seis por meia dúzia no MEC não resolve, devemos combater esse governo que quer destruir o FUNDEB, principal fonte de recurso para educação básica, e que não satisfeito também corta verbas das universidades. Que quer acabar com a autonomia universitária, através da MP que altera o método de escolha dos reitores. Que quer perseguir o direito à organização estudantil, atacando a principal entidade dos estudantes – UNE.
Lula Livre ficou pelo caminho.
A resolução também falha em não apontar a anulação dos processos contra Lula como necessidade democrática. A questão foi bloqueada pela UJS (ligada ao PCdoB) e lamentavelmente setores da juventude do PT (Kizomba, Para Todos, Enfrente) entre outras, não defenderam até o fim que era importante dizer que Bolsonaro chegou ao poder em eleições fraudadas, que a lavajato prendeu o principal candidato do povo, Lula, para abrir o caminho pro retrocesso.
A luta pela anulação dos processos de Lula é a luta em defesa da democracia, é o enfrentamento à esse sistema apodrecido, em particular o judiciário que ajuda a proteger esse governo de milicianos.
E os governadores “progressistas”?
A resolução aponta os aliados de Bolsonaro na esfera dos estados como Zema, Dória, Witzel e Leite que replicam a política nacional em seus governos, dando como exemplo a reforma da previdência que copiam de Paulo Guedes. Mas por outro lado a resolução não questiona os governadores do PT e PCdoB que estão fazendo exatamente a mesma coisa. Então vale destruir nossos direitos desde que seja “progressista”? Por que não questionar quando estes agem contra o mandato popular que foi dado nas urnas para defender em ampliar direitos?
Grandes Batalhas pela Frente
Agora é construir a Greve Nacional da Educação pro dia 18/03 de norte a sul do país. Organizar panfletagens, atividades de esquenta, assembléias estudantis pra decretar paralisação na data e chamar todo mundo pros atos que estão sendo organizados.
Vem com a gente organizar essa luta em defesa da educação e contra o governo Bolsonaro!
Danielle de Paula, diretora da UNE