No dia 24 de setembro, no Conselho Universitário da Universidade Federal da Bahia (CONSUNI), foi aprovada por unanimidade a criação da Comissão da Verdade Milton Santos, comissão esta responsável em buscar vestígios do período da ditadura militar na universidade.
Agora sabemos que o CONSUNI que hoje aprova por unanimidade a criação da Comissão, anos atrás já apoiou a Ditadura. Há estudos realizados no Instituto de Física da UFBA, que apontam a decisão do Conselho Universitário e de seus gestores neste período em apoio à ditadura.
O Movimento Estudantil da UFBA, através do Diretório Central dos Estudantes (DCE/UFBA), em seu 7º Congresso de Estudantes, realizado em 2011, aprovou como uma das resoluções a criação da Comissão da Verdade na UFBA, seguindo o movimento realizado em outras universidades, como a Universidade de Brasília (UnB).
Apenas em 2013, sob a proposta da reitora Dora Leal e pela pressão exercida por organizações de juventude que constroem a luta em defesa da punição dos torturadores e criminosos da ditadura, onde a Juventude Revolução ganha destaque, é que o Movimento estudantil retomou a discussão e com intervenções no Conselho, conseguiu impulsionar e aprovar a criação desta comissão. A proposta é que a Comissão da verdade da UFBA estabeleça relações com as Comissões Estadual e Nacional da verdade.
Esta comissão recebe o nome do geógrafo Milton Santos (1926-2001), de origem baiana, que deixou o Brasil em 1964, por conta da ditadura, e só retornou em 1977, após abertura política do país. Formou-se em Direito pela UFBA e teve grande importância na área da Geografia política, no Brasil e no mundo.
Clara Lima, é militante da Juventude revolução – BA e diretora do DCE da UFBA