UNE e UBES conseguiram impedir a votação da redução da maioridade penal


UNE e UBES conseguiram ontem (11/06) impedir a votação da redução da maioridade penal na comissão especial para discutir o tema. Durante a manifestação, a ordem de Cunha foi para retirar os manifestantes na porrada. Foi o que fez a polícia legislativa, usando gás de pimenta e batendo nos manifestantes. Na vídeo abaixo, a camarada Sarah, diretora da UNE e militante da JR é agredida por um segurança.

Confira o depoimento da companheira Sarah:

“Nos dias 3 a 7 de junho participei do Congresso da União Nacional dos Estudantes. Tiramos como plataforma política pro próximo período uma ocupação em Brasilia contra o Ajuste Fiscal (em frente ao Ministério da Fazenda), fazer um ato contra a redução da maioridade penal, organizar caravanas a Brasilia em agosto contra os cortes na educação e várias outras pautas. Hoje seria votada pela comissão na Camara dos Deputados a proposta de redução da maioridade, junto com os estudantes acampados em frente ao Ministério organizado pela UNE e UBES fizemos um ato.

No plenário, a principio, nos manifestávamos com palavras de ordem dizendo “Não, não, não a redução! ” O presidente da Comissão condicionou nossa permanência no plenário desde que não nos manifestássemos mais. Seguimos quietos até que o mesmo presidente negou o pedido dos parlamentares que pediam que o relatório fosse lido e discutido. Começamos a nos manifestar repedindo as palavras de ordem. Os parlamentares que eram a favor da redução começaram a nos ofender e pediram a Policia Legislativa que nos retirassem do plenário. A PL veio com tudo. Empurrando, agredindo, encurralando. Alguns parlamentares sairam em nossa defesa, inclusive uma deputada foi agredida pelo Deputado Fraga (DF). Enquanto isso, o presidente da comissão pediu aos parlamentares que se dirigissem a outro plenário para começar a votação. Eu fui uma das que fiz barreira para não saírem do plenário. Como podem ver, fui agredida assim como todos os demais estudantes.

No corredor na câmara, não faltou spray de pimenta e mais violência. Ao saber que a votação tinha sido adiada comemoramos e nos retiramos pacificamente do Congresso quando um policial a paisana agrediu um estudante. Nós revoltados fomos atrás e a policia caiu em cima. Uma estudante deitada no chão depois de ter sido agredida levou tanto spray na cara que teve que ser atendida por médicos. Outro foi preso. Todos estavam acabados com tanta violência. Lutar para que a maioridade penal não seja aprovada é lutar para que os jovens tenha mais futuro, mais oportunidade. Se posicionar a favor da desmilitarização da PM é defender que os jovens parem de ser assassinados nas periferias. Não somos a favor da violência e é por isso que não acreditamos que enfiar os jovens na cadeia seja solucionar os problemas. A juventude precisa de educação, esporte, cultura e lazer. A proposta de emenda constitucional não foi votada, por hoje, nós vencemos. Os desafios seguem e nós devemos seguir nos organizando e combatendo toda medida que proponha o retrocesso aos direitos conquistados.

NÃO VAMOS SAIR DAS RUAS!”

Sarah Lindalva, Diretora da UNE e militante da Juventude Revolução