Veja como foi a Formação Nacional da JRdoPT

A formação foi realizada durante a Bienal da UNE no Rio de Janeiro, no último dia 04, e contou com a participação de jovens de vários estados que arrecadaram através de venda de materiais, folhas de ouro, ofícios e etc, para custear transporte e alimentação. Teve gente arrecadando na praia, teve gente enfrentando 3 dias de estrada. Depois da pandemia, foi marcante realizar novamente a tradicional formação de verão da JR de forma totalmente presencial.

Através dos textos “Clima, ecologia e meio ambiente” e “Burguesia, pequena burguesia e proletariado”, discutimos diferentes aspectos da exploração que sofremos no sistema capitalista que de crise em crise vai buscando formas de sobrevivência.  O objetivo era fortalecer nossa militância para enfrentar problemas atuais como os movimentos de tipo fascista que circulam por aí e tentativas de consenso entre a classe trabalhadora e a burguesia, promovida pelo sistema utilizando pautas como a “questão climática” ou como aconteceu antes com a pandemia. 

O relato de um jovem presente é sintomático da importância dessa discussão. Ele conta que “na terra de minha família houve uma onda de desabrigados para que a indústria eólica pudesse ser construída”. É fato que somos a favor do uso de novas tecnologias, sobretudo renováveis. Mas não podemos tolerar que tais iniciativas levem ao aumento do desemprego, do número de desabrigados, e outros problemas sociais, como é o que vem acontecendo na Transição Energética. Daí se confirma o conflito incontornável entre os nossos interesses e os da grande elite. Os discursos cada vez mais comuns do tipo “deixar diferenças de lado” e “somar forças para enfrentar um mal maior” são uma mordaça na boca da juventude. Outro presente abordou a questão: “Eles nos chamam para salvar o mundo mas é cada um na sua casa, canudinhos e sacolas plásticas. Se nos juntamos para reivindicar nossos direitos, aí já é demais”. Definitivamente são armadilhas que precisamos saber combater, afinal há uma preocupação justa dos jovens com o futuro do planeta que hoje é destruído pelo capitalismo. 

A discussão sobre as características das classes sociais foi pertinente para compreender o comportamento de diversos grupos na situação política que estamos vivendo. Sobretudo no Brasil onde Bolsonaro conseguiu, ao longo de seu mandato, ir construindo um bando fanático bastante organizado e alimentado por discursos antipopulares. Tem muito a ver com os diversos papéis que a pequena burguesia pode jogar na luta de classes. Consideramos que as ameaças golpistas não ficaram para trás, mas estão aí por vir também. À luz dos acontecimentos históricos observamos que o atual discurso da “frente ampla” para enfrentar movimentos fascistas e antidemocráticos se provou outra armadilha para amordaçar a juventude e os trabalhadores. Daí vários questionamentos surgiram, num debate bastante dinâmico, para tentar entender o momento que estamos atravessando no Brasil atualmente e como estar armados para enfrentar a situação que virá. Nesse sentido, um jovem presente afirmou: “O discurso de democracia por si não é suficiente para vencermos a batalha. Precisamos ser capazes de discutir e mobilizar nas pautas concretas que assolam a população”. E é isso mesmo. Essa é a forma de ganhar confiança e apoio de diversos setores para a luta dos trabalhadores, para derrotar de vez o golpismo e realizar mudanças profundas no país. 

Nessa pegada terminamos a formação em frente a sede do Partido dos Trabalhadores no Rio de Janeiro gritando “Sem anistia para os golpistas”, que também foi o objeto da nossa agitação na Bienal, onde discutimos com estudantes de diversas origens a luta pela desbolsonarização do Estado, incluindo os reitores interventores espalhados em diversas universidades. Vamos seguir nos organizando para conquistar um futuro digno para toda a juventude. Vem com a gente!

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