Estudantes do BI na UFBA sofrem com falta de professores

Quase um mês de aula na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e qual a situação que passam os estudantes? Descaso e ataque de direitos!

As aulas mal iniciaram e já podemos perceber como os nossos direitos são atingidos. Na UFBA, mais particularmente nos Bacharelados Interdisciplinares, fruto do REUNI, muitos estudantes estão sem matérias essenciais ao curso. E quais os motivos? Falta de professor.

Turmas de componentes curriculares obrigatórios têm a especificação de professor no comprovante de matrícula como “aguardando professor substituto”, “aguardando professor/a” ou “aguardando estágio docente”. Como assim? A educação e a boa formação dos jovens não podem aguardar nenhum minuto! Além de os estudantes dos B.I. sofrerem com a falta da profissionalização e com a falta de investimentos,que assola a Universidade como um todo, a situação se agrava com a falta de concursos públicos para professores e com a quantidade de professores substitutos com baixa qualificação profissional e baixa remuneração.

Por se tratar de um curso não-profissionalizante, com o agravante da entrega de um diploma não profissional, muitos estudantes se perguntam: quando eu me formar, trabalharei em que? Esta uma situação que remete à crise do capitalismo, que para sustentar-se necessita cortar na carne dos trabalhadores e da juventude, retirando direitos, diminuindo salários, “formando” mão de obra barata para o mercado de trabalho. Afinal, como explicar que, ao passo em que a juventude é o setor que mais sofre com o desemprego, o governo resolva implantar um curso em que a profissionalização é atacada?
Na UFBA, o estudante do BI que decide passar para um Curso de Progressão Linear (CPL) – cursos profissionalizantes – ainda tem que encarar o ataque de concorrer a um processo seletivo dentro da Universidade! Foi assim que alguns estudantes do BI de Saúde, por exemplo, concorreram às vagas para Medicina (32 vagas) e não conseguiram ingressar mesmo com escore acima de 8,5 pontos! Isso significa dizer que o direito à profissionalização, o direito ao emprego está sendo atacado!

Para mudar essa situação, é necessário atender as reivindicações dos estudantes!

O direito a uma Universidade pública, gratuita, de qualidade, laica e socialmente referenciada tem de ser incondicional!

Esse direito incondicional requer de Dilma o atendimento da reivindicação da União Nacional dos Estudantes (UNE) de R$1 bilhão para assistência estudantil (construção de residências, restaurantes universitários com bandejões gratuitos, creches etc.); bem como a estipulação de um valor mínimo de investimento no orçamento da educação de R$360 bilhões; além da contratação de professores qualificados e bem remunerados na mesma proporção em que crescem a quantidade de vagas na Universidade Pública.
A situação pela qual passam os estudantes do BI não foge disso. É necessário garantir o direito à profissionalização desses estudantes sem qualquer empecilho, ou seja, SEM PROCESSO SELETIVO!

Esse é o rumo que o governo Dilma deve tomar para fazer da educação uma prioridade. O corte no orçamento da União (R$55 bi), e mais especificamente do MEC (R$1,9 bi) não atende os interesses da juventude e dos trabalhadores, base social que a elegeu, mas atende os exploradores do agronegócio, os empresários e as instituições financeiras (bancos etc.)! É preciso mudar de política para alcançar uma nação verdadeiramente soberana!

• Pelo direito à profissionalização dos estudantes dos BI!
• Contra os cortes no orçamento da União! Recomposição já!
• A juventude tem direito à educação de qualidade! Contratação imediata de professores qualificados! Nenhum estudante sem aula!
Rodrigo Lantyer é estudante do BI Humanidades na UFBA e militante da Juventude Revolução – IRJ em Salvador-BA.

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