1° de Maio da juventude trabalhadora

A situação da juventude brasileira não é fácil! Os que não encontram trabalho e nem conseguem estudar ultrapassam os 12 milhões. São chamados pejorativamente, como se tivessem culpa, de “nem-nem”, “nem trabalha, nem estuda”. A falta de emprego se tornou questão recorrente na juventude. No último trimestre de 2021, mesmo com a retomada gradual das atividades presenciais, a taxa de desemprego foi uma das maiores com 11,1%, desse percentual, segundo o PNAD Contínua, mais de 30% são de jovens entre 14 e 24 anos.

Se, por um lado, o ensino remoto aplicado nos estados foi um obstáculo ao acesso à educação, pois não foram poucos os estudantes que evadiram da escola por falta de internet e computadores, por outro, o governo do inominável do planalto e seus generais aprofunda a crise do país destruindo direitos que reduz drasticamente a oferta de empregos.

Em busca de renda para auxiliar a família nos gastos de casa cada vez maiores, multiplica a quantidade de jovens em ônibus, semáforos e rodoviárias vendendo doces e balas. Diante da escassez de trabalho e sem qualificação, não resta outra opção a não ser a informalidade ou quando conseguem assinar a carteira é como trabalho intermitente, brecha que a reforma trabalhista abriu para regularizar os “bicos”.

A Reforma Trabalhista dos Patrões

A Reforma Trabalhista do golpista Michel Temer (MDB), aprovada pelo Congresso Nacional no ano de 2017, sob a justificativa de que criaria mais empregos e retomaria a economia, teve efeito reverso, hoje é um dos fatores junto a política econômica do governo federal que contribui com os altos índices de desemprego e a exploração do trabalho.

A jornada de trabalho de 8 horas, agora pode chegar até 12 horas no dia, sem contar como hora extra. Os bicos foram regularizados como trabalho intermitente ou temporário, onde o patrão não tem nenhuma responsabilidade empregatícia com o trabalhador no período que não houver demanda. Na pandemia, diversas empresas fizeram uso dessa modalidade de contratação, e nos períodos de lockdown, os contratados foram dispensados no momento de fragilidade financeira sem remuneração.

A mão de obra jovem é diretamente afetada com o trabalho intermitente. A falta de experiência comum nessa faixa etária empurra a empregos com menor estabilidade e, geralmente, com baixa remuneração. Por isso também, a juventude é o setor que possui os menores rendimentos, um exemplo são os entregadores de apps, onde mais da metade é jovem, e chegam trabalhar até 13 horas com renda líquida/hora R$ 0,59, segundo pesquisa da Central Única dos trabalhadores (CUT) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Além disso, a mudança na lei trabalhista permite e negociação individual com o patrão alterando as condições de trabalho sem necessariamente se submeter a lei. Uma armadilha para quebrar a resistência dos trabalhadores oferecendo diferentes acordos. Na prática, permanecesse trabalhando aquele que aceitar a pior condição de trabalho.

Ao contrário do que anunciou a grande mídia na época, a mudança não veio em benefício dos trabalhadores, basta ver o aumento do desemprego e a queda no rendimento. As vantagens da alteração nas regras foram para os bolsos dos patrões e das grandes empresas que se utilizaram da flexibilização da lei para crescer seus lucros, como aponta a pesquisa da Economatica em que 304 empresas brasileiras registraram um lucro de 40,2 bilhões no ano de 2019, crescimento de 9,14% comparado ao ano anterior.

Revogar e Retomar os Empregos

Nesse 1° de Maio, dia internacional da classe trabalhadora, a JRdoPT irá ás ruas ao lado da juventude para engrossar o caldo na luta para extinguir a reforma trabalhista que também afeta a juventude. As eleições se aproximam e o recado da classe trabalhadora se expressa nas mobilizações dos entregadores de apps, servidores públicos e metalúrgicos da fábrica da Toyota em defesa dos empregos e direitos.

Lula já se pronunciou sobre o assunto em entrevista recente dizendo que a reforma é “tratamento do tempo da escravidão”. As contrarreformas trabalhista, da previdência e EC 95, remontam um Brasil sem direitos e sem proteção social, isso com o aval das instituições cada vez mais esfaceladas.

Para reverter essa engrenagem do mal e estabelecer novas instituições que atendam aos anseios do povo, colocando na ordem do dia soberania nacional e justiça social, a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte com Lula presidente é um caminho a trilhar.


Jhonata Martins – Núcleo da JRdoPT do Gama/DF

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