28 anos depois, o Massacre do Carandiru continua representando uma ferida aberta na história do Brasil. 111 presos indefesos foram massacrados dentro do presídio sob a ordem de Fleury, sem possibilidade de se defenderem, exemplificando a forma diária de como o Estado lida com os mais pobres do país, majoritariamente, também, mais pretos. O massacre que ocorreu em 1992 ainda traz consigo extrema atualidade, quando olhamos para população carcerária no país, empilhada dentro dos presídios, sem as menores condições dignas e humanas. O Brasil é um dos países que detém a maior população carcerária no mundo, onde os presídios tem recortes bem definidos de classe social e cor da pele.
Em 2020, explosões com diversos atos e protestos, após a execução de George Floyd, em defesa de vidas negras, tornaram-se protagonistas em diversos países. Somada à pandemia que se choca com a destruição dos serviços públicos, principalmente de saúde, pelo mundo todo, os pretos e pretas são os que mais morrem vítimas da COVID-19 e, também, da própria violência policial. Nos EUA, Trump foi cercado na Casa Branca, em outros países, estatuas de representantes escravocratas foram derrubadas, numa forma de fúria dos povos contra o próprio sistema capitalista, forjado e construído sobre a escravidão.
No Brasil não foi diferente. Setores da juventude foram às ruas para defender sua sobrevivência. A juventude preta e pobre continua sendo assassinada pelo Estado, principalmente pela PM e, quando não morta, vai sendo empilhada dentro dos presídios do país e, sem perspectiva de futuro, sem educação de qualidade e com a destruição dos serviços públicos é empurrada para ser aliciada pelo tráfico de drogas no país. Mas há saída para essa situação! É preciso dar fim ao governo Bolsonaro, que é a representação do genocídio e, urgentemente, exigir medidas que garantam a proteção do povo, emprego, renda, saúde e moradia. Este é o lugar que a luta junto às candidaturas petistas com o voto 13, ocupará no próximo período nas eleições municipais. Para que possamos construir nosso futuro e não termos mais episódios como o ocorrido no Carandiru.
Queremos futuro e queremos viver!
Contra o genocídio da juventude preta e pobre e pela desmilitarização da PM
Comissão Negra JRdoPT
