O 55º Congresso da UNE reuniu cerca de 5 mil delegados e mais de 10 mil estudantes em Belo Horizonte para discutir o rumo do movimento estudantil para os próximos dois anos. Numa situação em que a juventude vê seu futuro ameaçado como na redução do FIES, cortes de verbas, ameaças de cobrança nas mensalidades em universidades públicas, aumento das mensalidades nas privadas, limite de gastos e as reformas trabalhista e da previdência esse congresso foi de máxima importância!
Nossos desafios são grandiosos, e, portanto, precisamos de unidade para superar. O exemplo da unidade entre as centrais sindicais que construíram a histórica greve geral do dia 28 de abril – que desestabiliza o golpista e faz adiar a votação dos projetos no Congresso Nacional – serve para a juventude.
A partir dessa lição, a Tese UNE É PRA LUTAR combateu durante o congresso pela unidade de todos os estudantes, independente da coloração da tese, com base em uma plataforma política que coloque a entidade como um ponto de apoio para os estudantes encontrem, junto com os trabalhadores, uma saída ao grave momento político do país.
Este CONUNE reafirmou que o povo deve escolher seu presidente através do voto direto e não o Congresso Nacional ou o Judiciário, acusado por querer criminalizar movimentos e tentar condenar Lula, inviabilizando sua candidatura.
O resultado foi um positivo! Além do apoio unanime à greve geral vindoura, a resolução de conjuntura aprovada na plenária final do CONUNE diz “a UNE deve defender as Diretas Já também para que o povo eleja um presidente que possa convocar uma assembleia constituinte soberana, eleita sob novas regras, sem financiamento empresarial, única forma de anular as medidas dos golpistas (PEC do limite de gastos, reforma do ensino médio, entrega do Pré-Sal) e abrir caminho para as reformas populares, como a reforma agrária, a regulamentação da mídia, a reestatização do que foi privatizado, e as mais profundas demandas da juventude como a desmilitarização da polícia, a retomada da expansão das universidades públicas, o passe livre estudantil, entre outras”.
Para nós, da Juventude Revolução, essa resolução criou as condições para a construção de uma chapa de unidade, sobre uma base política comum, que arma os estudantes para a luta que deve ser travada daqui para frente em estreita unidade com os trabalhadores. Ela certamente não apaga as diferenças políticas e de método que existem entre as diferentes organizações e teses que a defenderam, mas possibilitam um acordo para um combate comum, indispensável na atual situação.
Mesmo frente a maior crise do país onde os direitos são atacados e o futuro da juventude é ameaçado, não faltaram falsas saídas propostas por certos grupos. Aqui, não falamos das teses da direita que saíram derrotadas politicamente, mas sim daquelas teses ditas de esquerda que, sem compreender o que estava em jogo, se bastavam contando seus votos e se apegando a cargos. Estas forças agiram disfarçadas naquilo que chamam de “campos políticos”, ambientes que só favorecem a lógica da guerra de torcidas, criando barreira entre estudantes e dificultando unidade (sem falar nas baterias e palavras de ordem a todo vapor durante o plenário, que impediam qualquer um de ouvir as falas). Sabiamente, a maioria dos delegados rejeitou essa via e, não por acaso, aqueles que cegamente disputaram o congresso até o fim dessa forma desleal viram seus “campos” reduzirem seu espaço na direção da entidade ou virarem pó e se desintegrarem politicamente.
É por meio da aprovação de plataforma política, que a tese UNE É PRA LUTAR decidiu se somar em uma *chapa com os companheiros da UJS, forças petistas como a CNB, DS, EPS, NOVO RUMO e MUDANÇA, setores progressistas do PSB e PDT e outros que elegeu maioria nas direções executiva e plena e que tem a responsabilidade de conduzir a entidade nos próximos dois anos.
O resultado vitorioso do congresso não pode ser esquecido. É necessário que cada delegado, suplente e observador, ao voltar para a sua universidade, ajude a organizar e mobilizar os demais estudantes para derrotar o golpe político e construir mais uma greve geral no dia 30 de junho.
É para esta luta de resistência que chamamos todos os estudantes.
Junte-se a nós!
Viva a UNE!
Fora Temer! Diretas, já! Constituinte pra mudar!
Conselho Nacional da Juventude Revolução
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* A “UNE é pra lutar” credenciou 64 delegados, indicando Wesley Rage para diretoria executiva e Sarah Lindalva para diretoria plena e compôs a chapa “Frente Brasil Popular: A unidade é a bandeira da esperança” que obteve 3.788 votos (79%) fazendo 15 executivas. Outras cinco chapas inscreveram-se: “Fora Temer, rumo à greve geral contra as reformas” com 690 votos (14,33%) com 2 executivas; “Vem que a UNE é nossa” com 148 dos votos (3.09%), “Fora Temer, eleições gerais já. Mutirão na UNE” com 85 dos votos (1,77%), “Reconquistar a UNE: por nenhum direto a menos, fora temer, diretas já!”, com 84 dos votos (1,75%) não fizeram executiva.