A luta contra a volta às aulas presenciais durante a pandemia no RS

Na manhã do dia 19/08 (quarta-feira) ocorreram atos, organizados pelo CPERS, sindicato dos trabalhadores em educação, em frente às prefeituras ou Coordenadorias Regionais de Educação (CRE’s) da capital e de diversas cidades do interior contra a retomada presencial das aulas. O ato de Porto Alegre contou com homenagem para os professores e funcionários de escolas públicas do RS que já foram vítimas do COVID-19. Nós da JRdoPT estivemos presentes no ato de Caxias do Sul.

Em São Leopoldo, devido a ameaça de chuva que houve na quarta-feira, o 14º núcleo do CPERS Sindicato realizou ato na sexta-feira, 21 de agosto, em frente à 2º CRE (Coordenadoria Regional de Educação, São Leopoldo), onde JRdoPT se fez presente, contra a volta às aulas presenciais.

No Rio Grande do Sul, a discussão de retomada das aulas presenciais foi anunciada pelo governador Eduardo Leite no dia 11/08. O governador propõe a volta por etapas no estado, iniciando pela Educação Infantil, no dia 31 de agosto (!!!), o Ensino Superior retornaria em 14 de setembro, o Médio e o Técnico, em 21 de setembro, os anos finais do Ensino Fundamental, em 28 de setembro, e os anos iniciais, em 8 de outubro. Também se propõe a modalidade híbrida na volta (metade da turma em casa, e metade da turma na escola). O governo diz que somente nas regiões que estiverem em bandeira amarela e laranja pode haver retomada de aulas com os alunos. Nós sabemos que isso não adianta coisa alguma, uma vez que desde que se iniciou a discussão das bandeiras, o governo de Leite, pressionando pelos empresários, manipulou-as como bem queria para flexibilizar o isolamento, abrindo comércios e vários serviços não essenciais.

Em um cenário em que a escola pública não é a prioridade do governo, não há como garantir segurança o suficiente para que esse retorno seja realizado. Em uma pesquisa feita pelo CPERS, constatou-se que 70% das escolas afirmam não terem espaço físico para garantir o distanciamento social entre os estudantes e 81% dos diretores dizem que não possuem funcionários suficientes para que haja a higienização de materiais, medidas necessárias para evitar o contágio do vírus. Além disso, em pesquisa realizada pela Famurs (Federação das Associações dos Municípios do Estado) mais de 90% dos prefeitos são contra o calendário de volta às aulas presenciais apresentado pelo governo Eduardo Leite.

A proposta de retorno as salas de aula do governo, também abre precedente para a volta às aulas presenciais nas universidades, algumas delas, privadas, que já pressionavam pela retomada presencial completa. Desde junho, ao ensino superior no estado foi concedido a volta presencial para aulas práticas, e algumas instituições gaúchas de Ensino Superior permitiram a volta de alunos às salas de aula e laboratórios de pesquisa, a exemplo da própria Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) de Porto Alegre e da Universidade Feevale, de Novo Hamburgo. Grande parte dos alunos se sentem inseguros, e ainda há o agravante de logísticas, muitos residem em outros municípios e precisam se arriscar no transporte publico para chegar até a Universidade. Não há a mínima possibilidade de voltarmos neste semestre ao normal.

Mais uma vez o governo de Leite nos mostra que é o representante da política do governo de Bolsonaro no Rio Grande do Sul, reproduzindo sua política genocida. Ao propor a volta às aulas presenciais nesse momento, o governo concretiza mais uma de suas tremendas irresponsabilidades, ignorando o crescente número de infectados no estado, e os riscos que os estudantes, funcionários, professores e familiares irão se expor, tanto em sala de aula quanto nos meios de transportes utilizados para chegar até as instituições.

Nós da Juventude Revolução do PT RS abominamos quaisquer cogitação de retornos às aulas, pois é fato de que a curva de mortes está cada vez mais acentuada, logo, voltar para as escolas presencialmente nesse momento é expor milhares de jovens, trabalhadores e suas famílias à contaminação, podendo estar condenando-os à morte.

Não aceitaremos calados! Continuaremos lutando junto dos professores, funcionários e comunidade escolar contra a volta às aulas presenciais nesse momento de pandemia, pela vida destas pessoas.

Vem você também se organizar conosco, participe de nossas reuniões de núcleo! A JRdoPT terá sua Plenária Nacional entre 19 e 20 de setembro, onde dialogaremos com o crescente sentimento de indignação com esse governo que não liga para o povo. Organize sua indignação! Vem com a gente!


Raissa e Fernanda, JRdoPT de São Leopoldo (RS)

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