
Na noite de ontem, 17 de abril, a Justiça Federal de São Paulo determinou que a edição do Enem 2020 seja adiada por conta da pandemia de coronavírus, assim como determinou que seja adiado em 15 dias o prazo para solicitar a isenção da taxa de inscrição que terminaria ontem.
Essa é uma vitória parcial dos estudantes que no Brasil todo se engajaram na luta postando fotos nas redes sociais com cartazes exigindo o adiamento, cobrando por meio da #AdiaEnem.
Para isso fez toda diferença o abaixo-assinado da UNE e UBES, que conseguiu 39.031 assinaturas de um objetivo de 4 mil (98%). O intuito do documento era o de pressionar o governo federal, o ministro da educação a suspender o “edital, [para] um novo debate sobre o cronograma do ENEM propondo o adiamento da aplicação das provas e buscando soluções para ajuste dos calendários em conjunto com a rede de ensino básico e de ensino superior brasileiras.”.
No dia 31 de março o ministro da educação e o presidente do INEP haviam anunciado data e os prazos para realização do Enem que seria realizado em 1 e 8 de Novembro.
Como afirmou a UBES e UNE em nota “diferente do que diz o Ministro, é absurdo pensar que os estudantes estão em igualdade de condições nessa situação, e que atividades a distância poderiam solucionar o problema da suspensão das aulas.” Essa é a realidade dos estudantes onde em São Paulo a quarentena reduziu a dieta de crianças na periferia à arroz e, por exemplo, em Minas Gerais, com aulas funcionando de maneira online nas redes privadas, não há aula nas públicas, pois em grandes centros rurais não existe nem sinal de internet.
E, se tratando do adiamento do Enem, não podemos contar vitória antes da hora, pois se por um lado a Justiça de São Paulo concedeu uma vitória parcial aos estudantes, por outro lado não é certo que este governo acatará a esta decisão. Cabe agora ao governo atender esta medida e fazer o que exigem os estudantes. Ao mesmo tempo devemos ficar de olho neste ministro que apoiado por Bolsonaro pode querer manobrar para prejudicar os estudantes.
Como já sabemos, o governo Bolsonaro é um governo anti-ciência e consequentemente um governo diretamente contra os estudantes, os quais estão sofrendo diariamente os efeitos crescentes dos cortes na educação, que pode ser visto na imagem ao lado, a qual apresenta uma redução grande no investimento à educação básica, onde em 2019 caiu para R$ 500 milhões e esse ano foi para R$ 230 milhões. Esse governo é um inimigo de vários setores da sociedade, incluindo nós, os estudantes, os quais devem seguir em frente com o pensamento de que as nossas vitórias não serão dadas e sim conquistadas, e que a nossa existência não tem espaço em um governo que se utiliza da nossa precarização para se manter no poder. Por isso, se quisermos ver nossas reivindicações completamente atendidas, devemos dar um basta nesta política e pôr um Fim em todo o governo Bolsonaro.
E enquanto o ministro não se render e não noticiar uma nova data para o Enem, devemos continuar com a campanha do abaixo-assinado para difundir esta ideia e fazer chegar no maior número de pessoas.
Assine no link: http://adiaenem.com.br/
Igor Fellet– militante secundarista da Juventude Revolução de Juiz de Fora