#AdiaENEM: Como vamos nos preparar à distância?

As inscrições do ENEM começaram e nós intensificamos a campanha pelo adiamento! As aulas presenciais estão suspensas há mais de um mês, e com isso vários governos tentam implementar a modalidade à distância para prosseguir com o calendário letivo. A medida já é prejudicial por si só, pois o ensino à distância não tem a mesma efetividade que o ensino em sala de aula.

O Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo, e muitos alunos não possuem acesso à internet para receber conteúdo e acompanhar os exercícios escolares. O MEC (Ministério da Educação) ignora esse fato, sua nova propaganda diz que o país não pode parar e que os estudantes devem continuar as atividades do jeito que der, de diferentes formas, mas como estudar passando necessidade? Como saber o que estudar e como estudar sem ter professores ou ainda acesso à internet e livros? A realidade não é a mesma para todos, não tem como estudar de qualquer lugar e do jeito que der.

Um a cada 4 estudantes não tem acesso a internet, isso é cerca de 30% dos estudantes. Mesmo os que tem sofrem com a dificuldade de aprender, visto que apenas concluir uma atividade sobre tal assunto não te faz entender sobre o mesmo, é necessário comunicação. Além disso, a estrutura e o cotidiano do lar dos alunos nem sempre dá boas condições para estudar.

A prova está marcada para os dias 1 e 8 de novembro e as inscrições vão de hoje a 22 de maio, decisão injusta considerando os fatos e as condições que estamos vivendo. Por conta disso a UBES e a UNE instensificam a campanha “Adia ENEM”, afim de que nenhum estudante secundarista seja prejudicado nessa crise. A campanha conta com uma petição que tem recolhido assinaturas de todos que não concordam com o atual cronograma do governo para o ENEM, e também conta com a ajuda de vários estudantes de todo país que através das redes sociais postam fotos e vídeos com plaquinhas pedindo o adiamento da prova, dando gás para o movimento. Já são mais de 70 mil assinaturas. É uma forma de manifestação já que nesse momento não podemos ir todos para às ruas nos atos estudantis.

O Ministro da Educação, Abraham Weintraub diz que “o ENEM não foi feito pra se fazer justiça social” e que “os governadores devem ‘rebolar’ atrás do prejuízo” e mostra que não se preocupa com o caráter injusto e desigual da prova nessas condições. Nós achamos o contrário, que o ENEM é um instrumento para permitir que cada vez mais jovens cheguem ao ensino superior.

Continuamos lutando e resistindo, por isso estaremos junto com a UBES nos mobilizando pelo adiamento do ENEM no dia 15 de maio. Vem com a gente, participe dessa luta!



Fernanda Miranda – JRdoPT São Leopoldo (RS)

Alessandra Damke – JRdoPT Portão (RS)|

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