Nas primeiras semanas deste ano as rebeliões e chacinas nos presídios de Manaus e Roraima deixando quase 100 mortos e, que agora se espalham, chocaram o país.
O então Secretário Nacional de Juventude (SNJ) do governo Temer, Bruno Julio, deu sua opinião absurda: “Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana”.
Após a repercussão negativa dessa declaração pública, Bruno foi afastado. Mais absurdo que a declaração é o fato de que, depois dessa declaração criminosa que faz apologia as chacinas nos presídios, Bruno Julio tenha sido apenas afastado ao invés de ser no mínimo processado!
O Brasil que é o pais com a quarta maior população carcerária do mundo e desses quatro é o campeão de prisões de acusados sem condenação, um absurdo!
Nos últimos 26 anos teve um crescimento da população carcerária de 575% onde rios de dinheiro foram gastos na construção de presídios sem diminuir a criminalidade – mostrando que a própria prisão é o incremento maior da criminalidade. E desse número grande parte dos presos (cerca de 250 mil brasileiros) está detida de forma provisória, isto é, pessoas que não foram condenadas nem mesmo em 1ª instância e que aguardam julgamento. Sem mais dinheiro para a manutenção dos presídios e construção de novos por causa da política de ajuste do governo golpista somado a ação das facções o sistema penitenciário vai explodir!
É necessário concurso público, verbas (o contrário do que foi feito nos últimos dois anos que se cortou 85% das verbas destinadas aos presídios), melhorias para agentes penitenciários, combate à privatização dos presídios abrindo para a reestatização, desmilitarização das polícias e gestão pública.
Além do debate sobre a estrutura e condições de manutenção dos presídios, outro debate é a composição e o que leva a existir essa população carcerária.
Fato é que 61% dessa população é negra, 56% é jovem com idade entre 18 a 29 anos e 53% dos presos tem o ensino fundamental incompleto.
Esses dados são o resultado de anos de uma política de exclusão dentro da nossa sociedade. E, hoje, é reforçada com a política de cortes no orçamento da educação e retirada de conteúdos – precarizando a educação -, as medidas de arrocho salarial e reforma da previdência deixa o jovem ainda mais sem perspectiva de futuro. Ingressam no crime, e, nos presídios são assassinados pela guerra entre facções.
A morte desses jovens, o genocídio da juventude negra e pobre é o que brilhou aos olhos do ex-secretário do golpista Temer.
Em meio à crise e após o golpe, isso se liga à luta pelo Fora Temer, nenhum direito a menos para que a juventude não perca os direitos conquistados e possa ter um futuro.
Ratão, militante da JR RJ