Contra as aulas remotas no IFAL: não queremos fechar o ano letivo de qualquer jeito!

Desde 2016, com o governo Michel Temer e a EC 95, a educação pública têm sofrido ataques constantes, situação que não é diferente no governo Bolsonaro, este, que além de ameaçar a autonomia das universidades e institutos federais, através do Future-se, rejeitado por cerca de 70% das universidades e institutos federais, agora usa da pandemia da COVID-19 para retirar os direitos da juventude. Através da portaria nº 617 de 3 de agosto de 2020, o ministro que defende técnicas de educação violentas, autoriza que as aulas presenciais sejam substituídas por atividades não presenciais nos cursos técnicos.

Porém, o modelo de educação à distância é incabível para nós, estudantes do Instituto Federal de Alagoas, porque não considera todas as particularidades do corpo discente do IFAL. Apesar de existir um grande problema relacionado às questões financeiras, essa não é a única pauta a ser questionada. Não podemos ignorar o fato de que parte dos discentes possuem grandes dificuldades no processo de aprendizagem, dificuldades que, muitas vezes estão diretamente ligadas com problemas psicológicos, o que é ainda pior quando nos encontramos inseridos nesse cenário pandêmico, que é propício para o estresse, ansiedade e angústia ao processo de conhecimento. Muitas vezes, os problemas citados não conseguem ser resolvidos com a psicologia escolar disponibilizada pelo campus, já que não oferece os recursos terapêuticos necessários.

Tendo em vista as questões citadas, devemos também, olhar atentamente para as pessoas com deficiência, pois, sabemos da escassez e da dificuldade do ensino para com  essas pessoas no próprio ensino presencial, mostrando que, na modalidade EAD não será diferente.    

Também compreendemos o EaD como uma forma grave de sucateamento e precarização na educação pública, uma vez que não temos o que é necessário para ter aulas de qualidade, além de investir dinheiro em empresas privadas para poder realizar essa modalidade, dinheiro que não é investido nas nossas pesquisas, na extensão e que não ampara a juventude em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Hoje, vivemos em um momento que o nível de evasão escolar está cada vez maior, seja porque o ensino remoto não é proveitoso, seja porque muitos jovens não têm acesso à internet ou equipamentos de qualidade, ou mesmo porque no Brasil o desemprego alcança níveis alarmantes e muitos adolescentes têm que escolher entre continuar na escola, mesmo sem acesso às aulas, ou ajudar na renda familiar, no primeiro trimestre, 27,1% dos jovens brasileiros estavam desempregados, situação que foi ainda mais agravada com a pandemia. Não podemos deixar que esse governo tire o sonho de tantos jovens de concluir o ensino médio com qualidade e ingressar no ensino superior

> EAD SÓ SE FOR COMPLEMENTAR

Não queremos fechar o ano letivo de qualquer jeito! Celular ou computador não substitui escola, por isso, em contraposição ao EaD, nós defendemos que, no lugar de um semestre letivo obrigatório, sejam ofertadas apenas aulas complementares, com carga horária não-letiva, para manter o vínculo de ensino e aprendizagem, que não tenham caráter avaliativo. 

Também defendemos que qualquer retorno presencial só aconteça após o fim da curva de contágio, com o IFAL obedecendo todas as orientações de medidas sanitárias e com os estudantes participando de todos os debates para tal.

Por fim, nossa luta por uma educação pública, de qualidade e inclusiva, perpassa o fim do Governo Bolsonaro que, com seu caráter obscurantista, ataca os estudantes, os professores e a educação num geral, nos negando o nosso futuro. Basta desse governo! Não à precarização do ensino no IFAL.


Alan e Kamilly – militantes da JRdoPT Alagoas

Veja também a publicação no instagram da JRdoPT de Alagoas

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