Nas últimas semanas, o Brasil tem enfrentado o cenário de uma pandemia. O novo coronavírus (covid-19) está se alastrando rapidamente e ameaça a saúde da população. A orientação nessa situação é a de ficar em casa – para diminuir o contágio da doença – e de suspensão de todas as atividades, com objetivo de evitar aglomeração de pessoas, deixando em funcionamento somente os serviços essenciais como supermercados, farmácias, hospitais e aeroportos.
Em Juiz de Fora, na Faculdade Doctum, a secretaria e todo o funcionamento administrativo foram rapidamente estruturados para funcionar online, contudo está sendo utilizado a plataforma Google Meet para as aulas que acontecem no mesmo horário e dias da presencial. A administração alega que “não é EaD, são ‘aulas conectadas’”. Os alunos organizaram um abaixo-assinado pedindo que a mensalidade seja reduzida, uma vez que as aulas perdem a qualidade na modalidade online, não há o contato direto da sala de aula e, devido a pandemia, muitos dos alunos que trabalham para pagar a mensalidade estão perdendo os empregos ou tendo salários reduzidos e não terão como pagar mensalidade, além de não poder contar com a infraestrutura da faculdade que é necessária para muitos.
A faculdade através do e-mail dos alunos e portal online respondeu com um comunicado onde alega que não acatará o pedido de redução da mensalidade, mostrando que não está preocupada com os alunos e a permanência dos mesmos e sim em continuar com o lucro.
Na faculdade Machado Sobrinho, as aulas online começaram a acontecer na segunda-feira (30/03). Os alunos organizados no Centro Acadêmico de Psicologia se preocupam com a qualidade da aula ofertada e discutem a redução da mensalidade, refletindo uma reivindicação que está ocorrendo no Brasil inteiro. Os alunos do Centro de Ensino Superior (CES/JF) também fazem as mesmas reivindicações, mostrando que o ensino à distância não substitui o presencial, pedindo suspensão das aulas e redução das mensalidades.
As faculdades particulares já adotam o sistema EaD regularmente como permitido pelo MEC sem redução das mensalidades, pelo contrário, com aumento constante das mesmas. A ganância das faculdades privadas – que agem como verdadeiras empresas de educação – se mostra mais evidente durante essa crise, em que o direito ao ensino de qualidade é substituído sem pensar nos estudantes que sofrerão com isso. É preciso que parem de precarizar o ensino com a modalidade online e suspendam totalmente as aulas nesse momento ou reduzam a mensalidade em 50%.
Não são todos os alunos que possuem condições de ter um computador e uma boa conexão de internet para que possam realizar da melhor forma a sua graduação. Em cursos como Arquitetura e Urbanismo o uso de computador não é necessário somente para assistir às aulas, mas também para fazer os projetos e assim permanecer no curso. É preciso que, com os meios que possuímos, como o abaixo-assinado online, cobremos das instituições respeito com a nossa educação.
Sabemos que o governo Bolsonaro não está ao lado dos jovens e dos trabalhadores, como ficou muito claro no pronunciamento em que ele chamou o coronavírus de “gripezinha” e orientou a abertura do comércio, ignorando as medidas de segurança. Ele não descansará até retirar os direitos dos estudantes e escancara de quem ele está ao lado ao priorizar empresários em detrimento do povo. Esses mesmos empresários que se preocupam mais com os lucros do que com o ensino de qualidade e as mensalidades absurdas das faculdades. Os estudantes estão insatisfeitos e lutam por melhores condições!
Não aceitamos EaD! Queremos ensino de qualidade! Queremos a redução da mensalidade em 50% ou suspensão do calendário!
Link para o abaixo-assinado pela redução da mensalidade na Doctum -> http://tiny.cc/abaixoassinadodoctum
Núcleo de Universidades Privadas de Juiz de Fora-MG
