
O período de quarentena que enfrentamos atualmente devido à luta contra o novo coronavírus tem sido fatal para mulheres. O isolamentos social que obriga as pessoas a ficarem em casa para conter o vírus faz com que a mulher seja obrigada a ficar em tempo integral com seu agressor, culminando nos números absurdos de violência doméstica que começaram a crescer desde março e contribuem para o recente aumento do casos de feminicídio. Em um outro texto explicamos melhor este aumento da violência doméstica no período de quarentena.
Segundo o site do JusBrasil, “feminicídio é quando a mulher é assassinada em razão de ser mulher, gênero, ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher, que se torna a qualificadora do crime”. O Brasil registra um caso de feminicídio a cada 7 horas e os campeões desses casos são os estados do Acre e do Alagoas, sendo a causa mais comum, a separação do casal.
A realidade já é dolorosa e alarmante em tempos comuns e durante a pandemia tem piorado consistentemente. Recentemente saíram notícias afirmando que os casos de assassinatos de mulheres em casa dobrou na cidade de São Paulo em relação ao mesmo período em 2019. Em 2020, já foram registrados 55 feminicídios na capital paulista, desses 16 foram de 24 de março a 13 de abril.
A realidade do Brasil é de governantes que desde 2016 vêm cortando as leis e incentivo de programas de proteção à mulher, como explicamos em outro texto. Precisamos de delegacias abertas 24h para atender às vítimas de violência doméstica antes que virem estatística para o feminicídio. Todos esses cortes são refletidos no aumento desses casos e do sofrimento da mulher, onde a responsabilidade é de cada governo estadual. Precisamos de governantes que reconheçam e representem a nossa luta.
Ao contrário de investir em programas de acolhimento para mulheres vítimas de violência, o governo federal retira os direitos das trabalhadoras através da reforma da previdência, reduz o Ministério da Mulher à uma secretaria e legítima atos de violência através do discurso de ódio. A falta de iniciativa para combater a violência contra a mulher é também responsabilidade dos governadores estaduais, maioria alinhada com Bolsonaro e Damares (Direitos Humanos). Por isso, o caminho para reverter essa situação passa pelo fim do governo Bolsonaro abrindo uma nova perspectiva para nossos direitos e políticas sociais.
Raíssa Lira – militante JRdoPT de Juiz de Fora