O governador da Bahia, Rui Costa (PT), anunciou que as escolas devem implantar “metodologia e filosofia dos colégios militares em municípios baianos”. A justificativa dada pelo governador é que, nos colégios militares, existe “melhor desempenho de alunos”.
O “desempenho” nas escolas militares se dá por um motivo: condições de estrutura adequadas para o estudo, e não por causa da filosofia militar. As escolas militares são escolas públicas, ou seja, recebem dinheiro do Estado, que possuem ar-condicionado nas salas, professores bem remunerados, bebedouros, quadras, livros, laboratórios. No entanto, para isso, os militares cobram taxas dos estudantes e dão preferência a filhos de militares.
Como os estudantes de escolas estaduais não militarizadas terão bom desempenho se falta merenda, ventilador, segurança, passe livre estudantil, laboratório, professores etc.? Quantos estudantes deixam de ir à escola por que não têm dinheiro nem pra pegar o buzu?
No RJ, o governo golpista colocou o exército nas ruas do RJ, através da intervenção federal. Pouco tempo depois, a vereadora Marielle Franco (PSOL) foi executada, demonstrando o fracasso da intervenção. Será que o governador não percebeu quais as consequências da ampliação da militarização da vida da juventude?
O governador Rui Costa vai, inclusive, na contramão dos discursos do ex-presidente Lula, que já propôs a federalização do ensino público brasileiro. Uma proposta muito avançada frente a ideia de deixar nas mãos dos militares a vida dos estudantes.
Governador, essa é a proposta dos golpistas do PSDB, PMDB e Bolsonaros da vida que atacam nossos direitos. Nosso lado é o da democracia, queremos que atenda aos interesses dos estudantes.
A Juventude Revolução repudia o anúncio feito pelo governador Rui Costa (PT)! É urgente que isso saia da pauta do governo! Não queremos militares! As escolas estaduais precisam de investimento, reformas, laboratórios, merenda de qualidade todos os dias, ventiladores, livros e professores.
Rodrigo Lantyer, militante da Juventude Revolução em Salvador (BA)
Além de os estudantes sob regime militar tradicional terem todo aparado de suporte que possibilita melhores resultados, também fazem prova para filtrar o potencial intelectual dos ingressantes: mais uma prova de que o regime é excludente e os resultados profundamente questionáveis. Muitos estudantes de lá, selecionados e com muito suporte material, sofrem psicoligicamente por inadaptação à disciplina de quartel: isso, em larga escala, pode provocar ideação suicida, inclusive.