Mal passado o 57º congresso da UNE que decidiu continuar as mobilizações contra os cortes na educação, o MEC de Bolsonaro lança um programa que visa destruir o financiamento público da educação publica e a autonomia universitária. O projeto FUTURE-SE vem como uma roupagem moderna de autonomia financeira para as instituições de ensino mas na verdade é uma grande armadilha para os estudantes.
O projeto busca introduzir dinheiro de empresas captados através dos fundos patrimoniais na universidade. Sabemos que empresa não faz doação, faz investimento. Portanto essa abertura é uma verdadeira ameaça à liberdade de produção do conhecimento já que a empresa tende a não investir onde ela não vá ter retorno lucrativo.
Além disso as universidades deixam de ser autarquias, o que impacta diretamente no regime de contratação dos profissionais, inclusive professores. Significa a substituição dos concursos públicos por formas de contrato precarizado, sobretudo depois da aprovação da reforma trabalhista.
O projeto também permite que setores da universidade sejam dirigidos pelas Organizações Sociais, ou seja, empresas passariam a controlar parte das universidade, como aconteceu com os hospitais. Por mais que o governo tenha negado o ímpeto de cobrança de mensalidades, com essa nova estrutura de financiamento e gestão nada impede que em seguida as cobranças comecem a acontecer gradativamente.
O governo alega que a adesão ao programa será voluntária, mas com a continuidade da EC 95 e dos cortes na educação não restaria outra alternativa às instituições de ensino. Também vale lembrar que Bolsonaro vem ferindo a autonomia universitária e escolhendo a dedo os novos reitores, que como aliados seus não terão dúvida em adotar o projeto.
Não tem nada de futuro. Queremos financiamento público pra
educação pública!
O governo argumenta que precisa economizar pra fechar as contas. Sabemos que ele tira dinheiro dos serviços públicos pra alimentar a especulação financeira dos bancos. É o mesmo argumento da PEC 06 da previdência que seguimos combatendo a todo custo.
Exigimos a reversão dos cortes na educação. Somos contra a tentativa de substituir o financiamento público pelo dinheiro das empresas que querem controlar nossa produção científica. Queremos mais bolsas de pesquisa e mais verbas pro plano de assistência estudantil pro estudante poder formar. Queremos a autonomia assegurada pela lei pra escolher nossos reitores.
Bolsonaro é inimigo dos direitos da juventude. Por isso estaremos nas ruas com a UNE e entidades da educação no dia 13 de agosto defendendo a educação, o emprego e a aposentadoria. Não vamos sossegar até ver o fim desse governo e nossos direitos assegurados.
A resistência já começou!
Na Universidade Federal da Paraíba, a reitoria convocou uma Assembleia Universitária para discutir o “Future-se”. Milhares de estudantes e demais setores da comunidade acadêmica compareceram ao local com disposição para barrar a implementação desse projeto.
Volta às aulas deve esquentar a preparação do dia 13 de agosto!
O 57º Congresso da UNE aderiu à convocação de para o dia 13 de agosto “EM DEFESA DA EDUCAÇÃO, DO EMPREGO E DA APOSENTADORIA” convidamos você a vir com a gente nessa luta! No retorno às aulas devemos organizar panfletagens, assembleias por CA’s, DA’s e DCE preparando uma grande mobilização contra o “Future-se” de modo a defender a educação pública, gratuita e de qualidade.
Filie-se ao PT e organize-se na JR!
Hélio Barreto – Diretor da UNE e Militante da Juventude Revolução do PT no DF.