Desde a madrugada do dia 02 de novembro de 2017, as aldeias indígenas do Morro dos Cavalos, no município de Palhoça (na região da Grande Florianópolis – SC), voltaram a ser alvos de violentos ataques, quando a mãe de uma das lideranças da comunidade foi vítima de uma tentativa de homicídio dentro de sua casa, tendo sua mão decepada e vários cortes pelo corpo. Alguns dias depois, também de madrugada, as aldeias Tekoa Itaty e Tekoa Yaka Porã estiveram na mira de vários disparos de tiros. Uma pessoa que passava no carro gritou: “já era” e atirou em direção a aldeia. Nesse mesmo momento houveram disparos em outros pontos.
Estes ataques são instigados por donos de terras do agronegócio, agentes imobiliários e políticos da região, que há algum tempo vêm atacando as aldeias e aterrorizando a população dos bairros do entorno da Enseada do Brito, Praia de Fora e Maciambu, dizendo aos moradores que as tribos indígenas vão acabar com a água da região e roubar as suas terras. Essas mentiras partem principalmente de vereadores do DEM, que desde a audiência pública realizada em agosto não hesitam em se utilizar da violência para impedir qualquer avanço no processo de homologação das Terras Indígenas do Morro dos Cavalos. O próprio Estado de Santa Catarina, cujo governador é o Colombo, do PSD, pleiteia na justiça a anulação da demarcação dessas terras.
E os ataques não se encerram por aí! O sentimento de ódio e repressão aos indígenas não é exclusivo de Palhoça e é alimentado cada dia mais pelo governo golpista de Temer, que teve como uma de suas primeiras ações a PEC 215, que transfere do Executivo para o Legislativo a palavra final sobre a demarcação de Terras Indígenas (isto é, excluindo órgãos como a FUNAI da deliberação da demarcação), além de abrir a CPI da FUNAI e INCRA e discutir a tese do “marco temporal”, paralisando os processos de demarcação e homologação de terras. Tudo isso busca promover ações que, em seu conjunto, deslegitimam a luta histórica indígena por território e retira direitos já conquistados.
Mas os indígenas resistem! No dia 23 de novembro, houve ato no centro de Florianópolis em defesa das comunidades que vem sofrendo ataques. A Juventude Revolução participou do ato ao lado das comunidades indígenas que seguirão na luta pelo direito às suas Terras!
Expressamos nossa solidariedade e apoio à luta das guerreiras e guerreiros das aldeias Tekoa Itaty e Tekoa Yaka Porã e nos somamos às atividades de proteção das aldeias, a favor da homologação da Terra Indígena do Morro dos Cavalos, como preza a Constituição Federal e o Decreto 1.775/96 e contra qualquer retirada de direito dos povos indígenas.
A saída agora é eleger Lula para convocar uma Constituinte Soberana que revogue as medidas dos golpistas, abra caminho às reformas populares e defenda a demarcação e homologação das Terras Indígenas.
TODA FORÇA A LUTA DOS POVOS INDÍGENAS!
O MORRO DOS CAVALOS É TERRA GUARANI! HOMOLOGAÇÃO JÁ!
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Algumas entidades da cidade contrárias a qualquer forma de agressão e violência aos povos originários se colocaram como ponto de coleta de doações de itens que as aldeias precisam mais urgentemente (dinheiro para apoiar as vigílias, itens de higiene, alimentação, materiais de enfermagem, pilhas e lanternas). As doações podem ser entregues:
- na UFSC: Prédio de aulas do CFH, Hall da Arquitetura, Hall do CCA, Associação de Pais e Professores do Colégio de Aplicação
- no sul da Ilha: na Associação Sociedade Amigos do Campeche e no Instituto Ilha do Campeche
- no centro: Gabinete do vereador Lino Peres (PT), Sinasefe, Sintespe
- para doar dinheiro: Banco do Brasil; agência – 5362-7; conta – 11042-6; Wesley Santos dos Santos – CPF 015242072-09
Thayse Reis – militante da Juventude Revolução de Florianópolis