Por conta da portaria nº 345 do MEC a maior parte das faculdades privadas têm adaptado todo o ensino presencial para ensino à distância, para evitar a suspensão do semestre letivo. O maior dos problemas tem sido a forma como essas instituições vêm pondo em prática essas adaptações e como vem se aproveitando da situação de calamidade para lucrar ainda mais em cima dos estudantes.
Não é segredo para ninguém que o curso na modalidade EAD é muito menos oneroso para as empresas de educação, por isso são vendidos mais barato, e oferecem uma qualidade de ensino inferior à modalidade presencial. Além disso, com a suspensão total das atividades nas faculdades, tem ocorrido uma gritante e inegável redução de custos para essas instituições, como gastos com energia, água, manutenção, funcionários, terceirizados, etc.
Como se não bastasse, ainda surgiram inúmeros problemas pertinentes à qualidade de ensino. Sem dar muito valor para a qualidade da educação, a maior parte das adaptações do ensino presencial para EAD tem ocorrido de qualquer jeito, sem planejamento e rigor acadêmico adequado.
No curso de Direito da Multivix (Vitória/ES) o CA encaminhou um ofício com apoio dos estudantes do curso e dos líderes de turma, que ajudaram a pressionar através das redes sociais e enviando mensagens à coordenação do curso, para que as demandas acadêmicas e financeiras fossem implementadas. Algumas foram atendidsa como as aulas ocorrerem por videoconferência, ter mais de uma opção de verificação de notas, melhorias na Biblioteca Digital, não-reprovação os alunos por falta e oferecimento de formas de reposição das avaliações.
Entretanto, a faculdade se recusa a flexibilizar financeiramente. Sem apresentar dados, se recusaram a reduzir a mensalidade afirmando que “não há redução de custos com o ensino através de aulas remotas”. No que tange ao pedido de garantia de matrícula em 2020/2 que “seguirá integralmente as disposições previstas na Lei 9.870/99” e que “as obrigações contratuais estão mantidas”. E ainda dizem que “isso não significa dizer que estamos alheios ou insensíveis aos fatos que estão impactando a sociedade capixaba.
Nisso devemos concordar, não estão alheios ou insensíveis aos fatos, pelo contrário, estão bem atentos à como se aproveitar do caos social para enriquecer.
Em todos os cursos desta faculdade os alunos têm manifestado suas indignações, com destaque para a questão da mensalidade. Porém, sem a existência de um DCE e com a maior parte dos cursos também sem CA ou com CA inativo, a condução da luta para reduzir a mensalidade é mais difícil. Um estudante que não se identificou elaborou uma petição online para reduzir a mensalidade que em poucos dias já tinha mais de 7.000 assinaturas.
A luta vai continuar! Exigimos a redução da mensalidade e que não multem aqueles que precisarem trancar por não ter condições de cursar o EAD garantindo a rematrícula de todos para o próximo período.
Paulo Vinha
