
No dia 17 de julho, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEX) da UFF aprovou o calendário acadêmico regular na modalidade remota para setembro, condicionante à ampliação do auxílio estudantil. O processo de implementação do ensino remoto na UFF hoje, para além de ser uma modalidade de ensino falido por si só, foi tocado de maneira atropelada pela Reitoria, não havendo espaços amplos e democráticos de discussão com a comunidade acadêmica. O Diretório Central do Estudantes (DCE) errou em não combater a implementação do ensino remoto precário e às pressas, concentrando-se em aprovar um ensino remoto “menos prejudicial”.
Isso significa o retorno das atividades acadêmicas ordinárias, em um momento dramático em que as universidades públicas sofrem cada vez mais com cortes de verbas pelo Governo Bolsonaro, ao passo que o país vive uma crise sem precedentes em sua história. O cenário real das universidades consiste em milhares de estudantes sem acesso a uma estrutura adequada para assistir aulas virtuais. Além disso, é necessário destacar que o ensino remoto é uma forma de rebaixar a qualidade da educação.
Segundo dados da União Nacional dos Estudantes (UNE), 58% das casas não têm computador, além de 40% dos estudantes não terem ambiente adequado para estudar. Quando falamos das Classes D e E, o número é ainda maior: 60% não têm acesso à internet. Essa situação subscreve os discentes em geral, mas analisando por recortes temos cenários ainda mais agudos: 74,44% dos estudantes negros os quais realizaram o ENEM de 2019 não tem estrutura mínima para efetivar essa modalidade de ensino (dados do Quero Bolsa) – por estrutura mínima entende-se acesso à internet e um aparelho celular ou computador (via site Alma Preta).
É diante de um contexto de ataques frontais que é urgente a organização dos estudantes. Sob os princípios de “nenhum estudante fica pra trás” e os três pilares da universidade pública – ensino, pesquisa e extensão – nossa luta pelo direito à educação persevera. O DCE existe para defender os interesses de todos os estudantes e não ser um mediador da reitoria.
A universidade não parou e não está parada! Para manter o vínculo entre os estudantes e a universidade, é absolutamente necessária a expansão das políticas de assistência estudantil e inclusão digital para a realização de atividades complementares durante este período, em que é impensável o retorno das atividades presenciais, sem improvisar o ensino presencial através do ensino remoto.
A luta continua! Com isso a Juventude Revolução do PT chama todos os estudantes que são contra o ensino remoto como semestre letivo, para reverter essa política de precarização da educação e a decisão tomada pelo DCE.
Atividades complementares sim! Semestre letivo remoto não!
Fora Bolsonaro e todo seu governo!
Posicionamento Público da Juventude Revolução do PT – Núcleo Niterói