Na última semana a FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas) teve seu nome estampado nas notícias de uma maneira diferente. Dessa vez não foi associada a comentários sobre economia. Pela primeira a fundação teve uma notícia de um caso de racismo denunciado.
O estudante Gustavo, ao ver outro estudante, João, na área denominada fumódromo acompanhada de amigas, na tentativa de fazer provavelmente mais uma de suas piadas racistas, tirou uma foto e enviou a um grupo de whatsapp perguntando de quem era aquele escravo e pedindo para que seu dono venha buscar (por mais absurdo que possa parecer, existem vários Joãos e Gustavos por aí).
Após print e denúncias, Gustavo, foi suspenso por 3 meses da instituição e responde processo por Injúria Racial. O Ministério Público, juntamente com advogados alegam que esse artigo não é suficiente e o caso se enquadra no Art 5º inciso XLII da Constituição Federal que qualifica como crime de Racismo e é inafiançável.
Os alunos da fundação exigem também que seja pautado na próxima reunião extraordinária a expulsão do jovem.
Nós, alunos do cursinho FGV, estivemos presente no ato organizado pelo coletivo 20 de novembro, que tinha como título: Não! Não temos donos que contou com a presença da comunidade gvniana que pautou a questão negra.
Foi um passo tímido diante do sistema repressor da FGV que tinha mais seguranças que o habitual e que impediu a entrada de pessoas de fora da instituição, demonstrando um caráter anti-democrático, mas é importante que pequenos passos sejam dados para que avancemos.
Não somos escravos de nenhum senhor.
Seguimos em luta.
Veridiana Santana, aluna do cursinho FGVSP.