Publicamos abaixo Comunicado do Comitê de Jovens pela Revolução, retirado do jornal Informations Ouvriéres nº702. O texto foi traduzido pela companheira Ana Gaspar, militante da JRdoPT da UNB.
Domingo, 10 de abril, dia do primeiro turno das eleições presidenciais, e, junto com milhares de outros estudantes, votamos em massa no candidato Jean-Luc Mélenchon. Ele apresentou sua candidatura, em ruptura com o Macron, através da União Popular e nós mostramos através do voto nossa vontade de barrar a política reacionária vigente, de liquidação de direitos e que proíbe qualquer futuro para a juventude.
Na quarta-feira, dia 13 de abril, recusando o duelo Macron-Le pen no segundo turno, nós, junto com outros jovens, formamos um total de quinhentos estudantes, nos juntamos na Universidade de Sorbonne e decidimos ocupar a universidade.
Considerando que “Emmanuel Macron organizou, durante 5 anos a perseguição sistemática aos estudantes, seja no site Parcour Sup, seja com a lei LPR (lei de programamação para a pesquisa nos anos de 2021 à 2030), seja com os contratos precários…” e que “ao mesmo tempo, com essas políticas racistas, que seguem o exemplo da lei separatista, e também os ataques frequentes contra os migrantes abriram espaço para a extrema direita”. Nós declaramos que nos recusamos a escolher entre Macron e Le Pen.
Para quebrar o movimento estudantil, para nos impedir de nos reunir, de interagir e de nos organizar, o reitor da Universidade Sorbonne de Paris, decidiu fechar os prédios da Universidade. A reitoria da universidade anunciou que todos os cursos mudariam de modo temporário, até a próxima segunda à tarde (18 de abril) para o modo de ensino remoto. Todos os estudantes foram expulsos fisicamente da Universidade.
No dia seguinte, 14 de abril, cerca de mil jovens se reuniram, na frente da Universidade Sorbonne, em Paris! A polícia foi enviada para barrar a entrada e saída do quarteirão da Universidade. Os mil jovens que já estavam ali reunidos, organizaram no pátio uma assembleia geral que decidiu levar diretamente as reivindicações à atual ministra do ensino superior, Frédérique Vidal, no Ministério do Ensino Superior e foi nesse momento em que a polícia avançou sobre os jovens, atacando com cassetetes e gás lacrimogênio o grupo que começava a se deslocar da Universidade.
Na mesma tarde, por volta de 800 ou 900 estudantes decidiram voltar a Universidade Sorbonne, mas foram barrados nas ruas adjacentes pela polícia, que usou novamente gás lacrimogênio. Um pouco mais cedo a polícia atacava os estudantes que haviam ficado em Sorbonne.
E mais uma vez vemos a verdadeira face do Macron, que utiliza a armadilha do segundo turno contra sua oponente, a Le Pen. Armadilha essa que ele usou para silenciar os estudantes, os trabalhadores e a população no geral, para se apresentar hoje como “garantia” da democracia. Nós não aceitaremos. Os oito milhões de vozes pela União Popular indica que a população não aceita essa politica do caos. Esses milhões de vozes nos dão força. Mais do que nunca, nem Macron, nem Le Pen!
Exigimos que acabe essa política contra os estudantes!
Os 8 milhões de vozes pela União Popular nos dão força. Nem Macron, nem Le Pen! Exigimos que acabe essa política contra os estudantes!