Aonde vai a une na defesa dos estudantes?

É precisa defender todos os direitos e pôr fim ao governo Bolsonaro

Na última semana, de 28/07 à 2/08, as entidades gerais estudantis de todo Brasil estiveram reunidas no Seminário de Entidade Gerais da UNE, atividade convocada em substituição ao CONEG – Conselho Nacional de Entidades Gerais. Durante a atividade com diversas mesas e convidados foi debatido pelos estudantes o futuro da educação em meio a pandemia, a necessária defesa da democracia, da vida e de todos os direitos.

O Seminário foi concluído com a aprovação de uma resolução de orientação para a luta do movimento estudantil no próximo período. O documento aponta corretamente que “o papel político do movimento estudantil deve seguir sendo o pivô da articulação, junto a outros movimentos sociais, da luta pela derrubada de Bolsonaro e seu projeto”, afinal este governo não tem nenhum compromisso com as reivindicações estudantis, com a defesa e ampliação da educação pública, gratuita e de qualidade. Nesse sentido é necessário nos unirmos com aqueles que defendem os nossos direitos e querem por todo esse governo abaixo, é portanto contraditório a diretoria executiva da UNE em reunião ter aprovado, com votos contrários da Juventude do PT, a participação da entidade na Fórum Juntos, composto por FHC e outros conhecidos golpistas que em defesa dos estudantes nada fazem, uma frente ampla de unidade que se quer defende o Fora Bolsonaro, pra que serve então? Cabem todos, menos os interesses do povo. Como disse o presidente Lula “não podemos pegar o primeiro ônibus que passa” com o risco de embarcar numa cilada, onde não há interesses daqueles que defendem os direitos e a democracia.

O documento ainda aponta uma série de reivindicações justas e necessárias que devem ser pautas centrais das entidades, como a revogação da EC95, a liberação dos 40% contingenciados do PNAES – Plano Nacional de Assistência Estudantil etc. Sobre ensino a distância se limita a pontuar a necessidade de condições mínimas de acesso, sabemos que diversas universidades no Brasil já implementaram o EAD e tantas outras estão em fase de aprovação, mas entre todas, ainda que em estágios diferentes, o que há em comum é a falta de debate democrático, falta de condições orçamentárias para oferecer estrutura mínima de acesso e estudantes em situação precária sem condições de acompanhar o ensino a distância.

Numa situação em que as universidades precisam escolher entre aumentar o valor do auxílio alimentação ou oferecer este auxílio para os novos estudantes por não ter orçamento, como é o caso da UFBA, é possível que as universidades ofereçam as condições mínimas de acesso? Numa situação em que não há nenhum compromisso do governo com a educação de qualidade, é possível garantir condições adequadas de aprendizagem? O único compromisso de Bolsonaro e seus ministros é com a precarização e privatização da educação pública, o que fica cada vez mais evidente quando o governo anuncia corte de 1,4 bi de verbas das universidades para 2021.

Não podemos contar com esse governo, temos que derrubá-lo! E não aceitar nenhum tipo de retrocesso nos nossos direitos, como o acesso à universidade. É para esse combate que a UNE deve organizar os estudantes.

Através de atos com distanciamento, cartas abertas, reuniões amplas, estudantes do país todo têm discutido como lutar contra o EAD, sabemos que no Brasil mais de 70 milhões de pessoas não têm acesso às condições mínimas para aulas à distância, a própria pandemia escancarou e aprofundou uma crise econômica que levou milhares de estudantes ao desemprego, sem comida na mesa, tudo isso somado a um governo usurpador de direitos, é um barril de pólvora que o resultado só pode ser: por um lado a evasão de milhares das universidades e por outro uma péssima qualidade de ensino para os poucos que conseguirem acessar.

Portanto, a UNE e o Seminário deveriam ter apontado que a saída para os estudantes nesse momento passa por defender “atividade complementar sim, semestre letivo a distância não”, como uma forma de manutenção do vínculo sem obrigar a exclusão de muitos e o rebaixamento do ensino.

Por fim, o Seminário apontou a construção de um 11 de agosto – Dia do Estudante e Aniversário de 83 anos da UNE, de luta pelo fim do governo e em defesa dos direitos, esse dia deve ser marcado pela resistência que existe entre aqueles que foram escolhidos para morrer, mas decidiram lutar. Nesse sentido está correta a Juventude do PT em apontar a necessidade de mobilização de rua com colagem de cartazes, faixas, atos com distanciamento, seguindo todas as medidas de segurança. É possível pelas mobilizações locais dar força a luta nacional para por fim a esse governo.

Dani Braz – diretora de assistência estudantil da UNE

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