Queremos estudar! UFRGS: exigimos a reabertura dos R.U’s e medidas de segurança

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) informou via portaria o retorno presencial de forma gradual e restrito na universidade programado para 7 de março. Inicialmente, a data prevista para o retorno era 17 de janeiro, mesmo dia que retornou o semestre letivo 2021/2, mas o mesmo foi adiado DUAS VEZES e com poucos dias de antecedência: uma vez para dia 7 de fevereiro e agora para março.

A universidade declara que “todas as atividades deverão respeitar as diretrizes gerais de retorno à presencialidade elaboradas pelo Comitê Covid/UFRGS”, diretrizes estas que colocam a exigência do passaporte vacinal, uso de máscaras, álcool gel, higienização das mãos, “autoavaliação diária” para possíveis sintomas de covid-19 e 50% de capacidade nas salas de aula, jogando para as COMGRAD’s, os Conselhos de Graduação, a responsabilidade de decidir como o restante do retorno presencial vai acontecer, tais como demais condições que vão ser impostas aos alunos, quais disciplinas vão retornar e quais vão permanecer online, calendário, etc, além de nada dizer sobre questões levantadas pelos estudantes em toda a pandemia, como manutenção das bolsas e auxílios de permanência estudantil.

Adicionada à desorganização geral do retorno, onde dezenas de estudantes sequer sabem de que forma seus cursos irão retornar, se irão retornar e como isso acontecerá, visto que os documentos enviados pelas COMGRAD’s são confusos e com informações superficiais, a UFRGS até essa semana sequer havia citado a possibilidade do retorno do Restaurante Universitário (R.U), fechado desde o início da pandemia.

Ao ser cobrada pela alternativa para garantir a alimentação destes estudantes visto que o R.U não abriria, a resposta do Conselho de Graduação a resposta foi um formulário para envio de marmitas. Essa semana, a universidade informou que abriria apenas um dos R.U’s, o do campus Saúde, com teto de capacidade para apenas 56 estudantes, apenas 18% da capacidade total do R.U em questão, o que além de ser uma capacidade minúscula considerando a demanda, desconsidera totalmente estudantes que precisam cursar disciplinas em outros campus, extremamente distantes do centro da cidade, onde o mesmo está localizado. Uma piada!

Para milhares de estudantes, a educação é um direito que vem sendo negado a cada dia, como fica claro com o corte de mais de 700 milhões que colocam as universidades em risco de fecharem suas portas! O início de ano vem junto com a incerteza acerca da continuidade do ensino remoto, forma de ensino extremamente precarizada. Esse modelo de ensino que perdurou durante os últimos 2 anos, sem nenhuma medida do governo que mudasse a situação, gerou como resultado uma evasão brutal.

 Segundo o segundo o Instituto Semesp, em 2021 quase 3,5 milhões de alunos sairam de universidades privadas no Brasil, uma taxa de evasão do ensino superior privado que é a segunda maior de toda a história do país, ficando atrás apenas do ano de 2020. Estes dados são ainda mais brutais quando se considera a evasão escolar que, de acordo com a ONG Todos Pela Educação, em 2020 aumentou 171% entre jovens de 9 a 14 anos. Isto é o sonho do ensino superior ficando cada vez mais distante da realidade destes estudantes.

É responsabilidade dos governos e das universidades garantir que ela seja possível, por meio da reaberturas dos R.U’s, e demais medidas de permanência estudantil e medidas de segurança como testagem em massa de professores e alunos. Na UFRGS, a JRdoPT está organizando reuniões amplas para defender a exigência dessas medidas, além de panfletagens e impulsionamento de assembleias nos cursos. Vamos à luta por ensino público, presencial e de qualidade, um direito dos estudantes brasileiros!


Antoni (JRdoPT – Núcleo Porto Alegre)

Márcia Damke (CNJR)

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