Começou na última sexta feira a coleta de assinaturas por um plebiscito oficial sobre as privatizações e concessões na cidade de São Paulo. Em poucas horas mais de 1500 pessoas assinaram. O objetivo é conseguir mais de 160 mil assinaturas para dar entrada com o pedido na câmara municipal.
A coleta é impulsionada pela campanha “SP não está à venda”, que reúne diversas entidades e organizações do movimento sindical, estudantil e popular, que organizaram a ocupação da câmara no mês passado. A JR tem participado ativamente desta luta.
Uma luta que vem em resposta às intenções do prefeito João Dória de vender a cidade de São Paulo. Dória, além de congelar gastos com a cultura, cortar da saúde e da educação, cortar merenda, leite das crianças e tentar fechar as farmácias da UBSs e AMAs, já enviou pelo menos três projetos à câmara para que seja autorizado a privatizar ou fazer concessões dos mais diversos serviços e patrimônios públicos, agindo como se fosse o dono da cidade.
Na mira do prefeito para a privatização estão parques, mercados municipais, terrenos com até 10 mil metros quadrados, terminais de ônibus, diversos imóveis e outros.
Entre os mais escandalosos está a intenção de privatização do sistema de bilhetagem eletrônica da cidade. É com esse sistema que a prefeitura contabiliza o número de passageiros de ônibus e faz o repasse às empresas de transporte referente a usuários que tem passe livre ou outros direitos. Colocar uma empresa para tomar conta desse setor é como colocar a raposa para tomar conta do galinheiro.
Há ainda a tentativa de entregar para a iniciativa privada o serviço funerário da cidade. Funcionando como uma autarquia, o serviço funerário garante a quem não pode pagar o direito ao enterro gratuito e é um dos poucos setores da prefeitura que é superavitário, embora sofra com o atraso da prefeitura em convocar trabalhadores concursados e com a falta de segurança. O prefeito prepara a concessão do serviço para entregar a algum empresário o direito de lucrar com a morte do paulistano.
O prefeito que vendeu sua imagem ao povo como “gestor” e não político (aham!) quer agora vender toda a cidade se livrando da responsabilidade de administrar. É aliás o que faz enquanto viaja pelo país recebendo “homenagens” para alavancar sua candidatura a presidente e oferecer a empresários do país e do mundo, na bacia das almas, a cidade de SP.
Quem perderá com isso é a população que sustenta os serviços públicos da cidade com o pagamento de impostos e ainda terá, em caso de privatização, pagar outra vez para acessar estes serviços.
E se é verdade que Dória foi eleito falando em privatizar alguns setores, com 3.085.187 votos, lembremos que a soma de votos nulos, brancos e abstenções ultrapassa esse número (3.096.304) fora o voto em outros candidatos.
Nada mais justo então que consultar a população sobre suas intenções, já que o que está em jogo é o próprio futuro do povo da cidade. Caso aprovado o plebiscito na câmara, cada privatização ou concessão teria que ser discutida, uma por uma, numa pergunta objetiva feita junto do próximo pleito eleitoral (em 2018).
Toda a força nessa campanha, para denunciar à população as consequências dos planos privatistas de Dória e exigir que a câmara municipal não conceda poderes ilimitados ao prefeito privatista, devolvendo o poder de decisão ao povo de SP!
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Luã Cupolillo, é militante da JR em SP