No momento em que os patrões e governos atacam os empregos em nome da salvação do mundo; no momento em que os capitalistas e governos financiam tropas imperialistas para garantir seus interesses nos países onde as riquezas naturais são abundantes; no momento em que a situação da fome e da miséria se agrava com a ganância pelo lucro destes mesmos capitalistas e governos, podemos perceber que há resistência dos trabalhadores e da juventude em todo o mundo.
No mesmo instante que as barbáries acontecem, os jovens e trabalhadores tunisianos se levantaram contra a opressão capitalista em tom revolucionário; no Egito, apesar das tentativas do imperialismo de dissolver as mobilizações, os trabalhadores e a juventude resistem; no Haiti, milhares vão às ruas contra as eleições fraudulentas que colocaram no poder um fantoche dos interesses estadunidenses e contra a presença da MINUSTAH; no Brasil, as mobilizações contra o aumento da tarifa, em outro patamar, mostraram o caminho no início do ano.
Essa é a luta de classes: de um lado das trincheiras, os patrões, empresários, governos tentam retirar os direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores e juventude; do outro lado das trincheiras, os trabalhadores resistem e se defendem para garantir que seus direitos não sejam arrancados, afinal foram frutos de muito suor e muita luta.
A necessidade de uma luta internacional
No quadro dado acima, podemos identificar a luta internacional dos trabalhadores e da juventude contra a guerra e a exploração capitalista, contra a pilhagem dos povos e nações em todo o mundo como uma necessidade. Se há uma ofensiva internacional do capitalismo contra os direitos da juventude, devemos dar uma resposta à altura, ou seja, uma resposta internacional.
Em todo o mundo, a união da juventude – em conjunto com a classe trabalhadora – contra o desemprego, as guerras, as drogas, a fome, ou seja, contra a exploração capitalista se faz necessária para a construção de uma força comum que consiga combater as imposições dos empresários, governos, igrejas, que exploram essa juventude e essa classe trabalhadora.
Como diz o ditado popular, “a união faz a força”!
Constituir a IRJ como uma organização
Dentro deste contexto de crise, nós, da Juventude Revolução, aderente brasileira da IRJ, devemos, neste 12° Encontro Nacional, travar um debate profundo a respeito da necessidade de construir com afinco a nossa organização internacional, fazendo com que ela tome posicionamentos frente aos acontecimentos mundiais no que dizem respeito diretamente à juventude.
Em 26 de setembro de 2008, em uma matéria publicada no nosso sítio, dizíamos: “É absolutamente necessário construirmos a IRJ para ajudarmos os milhões de jovens que no Brasil, na Bolívia, na Venezuela, no Haiti, na França, nos EUA, na Espanha, no México, na Argélia, em todo o continente africano, em todo o mundo, buscam resistir aos ataques do imperialismo e lutam pelo atendimento de suas reivindicações.”
Esse deve ser o rumo que nosso debate deve tomar: em defesa das reivindicações da juventude no mundo!
Precisamos ajudar a IRJ a dar passos mais largos na sua construção. Precisamos tornar a IRJ uma referência internacional para a juventude. Os militantes da Juventude Revolução precisam estar cientes de o que é, como funciona e como vem funcionando a nossa organização internacional. Precisamos nos sentir parte da IRJ e saber/sentir o que é lutar com jovens do mundo todo. Precisamos de maior eficácia em nossa comunicação internacional.
O Boletim Internacional da Juventude, apesar de ser um bom passo, precisa responder com mais rapidez ao que a juventude necessita no mundo. Este boletim, apesar de não ser um órgão de comunicação da IRJ, precisa se tornar um laço forte de ligação entre as organizações que o editam para que possamos então constituir a IRJ como organização. A partir daí, poderemos partir para encaminhamentos mais ousados, como: realizarmos alguma campanha internacional em nome da IRJ nos seus respectivos países, publicar materiais da IRJ, confeccionar bandeiras da IRJ, elegermos um responsável nacional para fazer a ligação direta entre a JR e a IRJ aqui no Brasil, bem como ficar responsável pela impulsão da IRJ como uma organização de fato, dar impulsão ao sítio da IRJ na internet que já está desatualizado há bastante tempo, criar redes sociais para a IRJ, impulsionar a IRJ na América etc.
Tudo isso para entendermos e explicarmos a toda a juventude que estamos diante de um sistema podre, o qual precisa ser derrotado e para isso, só há um caminho: a luta livre e coletiva dentro de uma organização independente e internacionalista! Viva a IRJ, viva a Juventude Revolução!
Rodrigo Lantyer é militante da Juventude Revolução – IRJ em Salvador, Bahia