* Publicado originalmente no Jornal o Trabalho n° 819
No último dia 23, na Universidade de Brasília, a convite da Juventude Revolução, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS e membro da CPI da JBS), participou do debate “A quem serve a Lava Jato”, com a comunidade acadêmica. O deputado explicitou que o golpe iniciado em 2015 tem duas faces, a face da retirada de direitos que se apresenta hoje na política de Temer e a face da perseguição política emplacada pelo Judiciário em seus mais diversos níveis.
Pimenta ressaltou que depois de um ano do golpe contra Dilma, em nome do “combate à corrupção” e a “volta do crescimento”, o país vai de mal a pior, e o fantasma da fome volta a assombrar. As instituições estão cada vez mais desacreditadas. Uma situação que tem reflexo na própria incapacidade da elite em apresentar seu candidato às próximas eleições, enquanto Lula desponta nas pesquisas para vencer em primeiro turno. O deputado lembrou que a Lava Jato – que já fechou centenas de milhares de postos de trabalho, como na indústria petroquímica ou naval – é uma operação que não respeita o estado democrático de direito. Como exemplo citou a fato de um juiz de primeira instância grampear a presidente da república, divulgar o material e seguir impune. Pimenta destacou que nesse cenário não podemos achar que o que está em jogo em 2018 é apenas a presidência da república. “Na verdade, estamos erguendo a resistência contra o projeto golpista para o pais, que se não for derrotado poderá afundar a classe trabalhadora em anos e anos de miséria”. E concluiu dizendo “Lula vem aí, mas queremos um Lula com sangue nos olhos para enfrentar os golpistas e faca nos dentes para fazer as mudanças que precisamos e queremos”.
A professora Maria Luiza Pinho (do comitê nacional do Diálogo e Ação Petista), destacou que a Lava Jato tem por objetivo tirar Lula da disputa eleitoral e chamou todos à campanha “eleição sem lula é fraude”. Ela afirmou que só Lula pode levar à vitória nas urnas, com um programa que interesse aos trabalhadores e jovens, um programa no qual “precisamos colocar como primeira linha a Constituinte, para reverter as políticas golpistas e realizar as reformas populares”.
O estudante Hélio Barreto (militante da JR e coordenador geral do DCE-UnB) contribuiu no debate explorando a relação que a perseguição a Lula e ao PT tem com as reivindicações da universidade. “Por mais que ainda sejamos capazes de levar a luta cotidiana pelas reivindicações, sabemos que a universidade só voltará a crescer com excelência se elegermos um presidente que dê a voz ao povo para revogar medidas como a EC95 (do congelamento de gastos nas áreas sociais)”, disse Hélio. Ele destacou a luta contra o estrangulamento do orçamento da universidade, impulsionada pelo comitê em defesa da UnB, no qual participam as 3 entidades (sindicatos dos servidores, professores e estudantes).