O Ministério da Educação (MEC) anunciou uma proposta de residência pedagógica como substituição do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência. Essa é mais uma face do projeto do governo golpista de Temer – que já vem sendo sentido com a EC 95 (antiga PEC 55), a reforma do ensino médio, e a lei da mordaça ainda a ser votada – para a educação.
O programa atua desde 2009 como uma iniciativa de aperfeiçoar e valorizar a formação de professores da educação básica. Em seu tempo de duração já possibilitou a diversos alunos dos cursos de licenciatura o contato com a prática da docência e o enriquecimento de sua formação e também proporcionou experiências enriquecedoras para as escolas públicas contempladas com o programa.
O PIBID, que é o maior programa prático de formação de professores a nível nacional e que tem hoje mais de 70 mil bolsas e convênio com mais de 5 mil escolas pelo Brasil, já foi reduzido e agora corre o risco de ser extinto. São editais atrasados há meses e agora essa proposta de residência pedagógica vinda do MEC. As implicações do término irão refletir na retirada de bolsas nas Instituições de Ensino Superior (IES), na fragilização da permanência dos estudantes da universidade, diminuição da qualidade de formação inicial dos futuros professores, enfraquecendo o compromisso e a ligação entre as universidades e as escolas públicas.
Como a UNE explicitou em nota, “a substituição do PIBID por uma residência pedagógica, disfarçado num falso discurso de modernização, não é nada mais que a substituição da contratação de professores pela mão de obra dos estudantes de licenciatura, precarizando ainda mais nossa educação”. Certa está a UNE e a UCE em se posicionar a favor da educação pública e contra mais essa tentativa de precarização. Agora é preciso mobilizar os estudantes para a luta pela ampliação do programa, pela prorrogação dos editais, e contrário ao investimento de 2 bilhões de reais em um programa que não trará nada de novo e ainda acarretará em perdas como explicitado anteriormente, esses 2 bilhões devem ser destinados a ampliação do programa que hoje não supre todas as demandas, não contempla os cursos de Libras por exemplo.
O PIBID não cabe no Brasil do golpe. O golpista Temer (com 3% de aprovação, e olhe lá!) tem um plano para educação do país, e com certeza não é o plano que nós queremos e precisamos, é um plano de precarização e desmonte, de privatização, de formação de mão de obra barata e nós não vamos aceitar. Por isso acreditamos na constituinte soberana como saída real, para que além de revertermos os ataques que estamos sofrendo ainda possamos avançar nos nossos direitos.
#PIBIDficaTemersai
Duda Contezini – militante da Juventude Revolucao de Santa Catarina