No dia 07/10 o Haiti foi atingido por um forte furacão que devastou o país, deixando mais de 800 mortos e 61.500 pessoas desabrigadas segundo a Defesa Civil. O país que já sofreu um forte terremoto em 2010, hoje vive um drama parecido, mas qual é o preço pago pelo Haiti?
Há mais de dois séculos o Haiti foi vitorioso em sua revolução que tirou o país das garras do colonialismo francês, que pilhava e escravizava o país. Foi uma revolução negra e pela primeira vez acabou com o regime escravista nas colônias das Américas. Devido a esse feito a palavra Haiti se tornou um termo pejorativo, no Brasil era usado para descrever a desordem e a violência, país que foi o último a abolir a escravidão, apenas em 1888, 84 anos depois do Haiti.
A França não ficou satisfeita com o feito haitiano e como a tentativa de reimplantar a escravidão, Napoleão Bonaparte enviou mais de cinco mil soldados ao Haiti. A França acabou sendo humilhada nessa batalha que devastou o país e o Haiti acabou herdando a “divida francesa”. O ato de liberdade do Haiti lhe custou 150 milhões de francos euros, valor que hoje passaria a casa dos 20 milhões de dólares. O Haiti só foi pagar essa dívida em 1938, nesse tempo o Haiti já estava nos braços dos bancos dos norte-americanos.
Hoje o Haiti paga um alto preço pela conquista de sua liberdade, pelo fim da exploração do homem pelo homem, e hoje o Haiti só é lembrado pelas tragédias e as crises de violência no país, e para agravar ainda mais a situação a ONU enviou uma “missão de pacificação para o país”, contando com tropas militares de vários países, incluindo do Brasil.
Toda solidariedade ao povo haitiano, pela retirada das tropas brasileiras do Haiti, o país precisa de médicos e não soldados.
João Santana, é militante da JR em SP